Eu nem sei o nome dele. Nem nunca vou saber.
Era pouco mais de seis da manhã quando entrei no vagão. Voltar pra casa depois do plantão noturno no hospital sempre me deixava meio zumbi, mas naquela sexta, eu estava especialmente esgotada. Os olhos ardiam, o uniforme colado no corpo pela mistura de suor e ar condicionado. Tudo o que eu queria era chegar em casa, tomar um banho quente e apagar.
Até eu ver aquele homem.
Ele estava encostado perto da porta, com uma mochila no chão e os braços cruzados, como se o mundo ao redor não importasse. Alto, moreno, cabelo raspado nas laterais, barba bem feita. Usava uma camiseta branca simples, colada no peitoral largo, coturnos e uma calça jeans escura que deixava evidente o volume no meio das pernas.
Na hora, algo despertou em mim. Um calor estranho subiu do meu umbigo até a nuca. Minha boca ficou seca, e minhas coxas se apertaram sozinhas. Aquele homem não fazia ideia, mas enquanto o metrô seguia seu caminho, eu comecei a imaginar coisas. Coisas indecentes. Coisas que eu não devia pensar. Mas pensei.
A primeira coisa que me veio à cabeça foi o gosto da rola dele.
Sim, a rola.
Nem o nome, nem a voz.
Só a rola.
Na minha cabeça, eu chegava perto dele sem dizer nada. Só parava em frente a ele, mordia o lábio inferior e olhava direto pro volume da calça. Ele entendia na hora. O jeito que ele encostaria na parede de algum canto escondido da estação, depois de me notar olhando demais. Um banheiro em manutenção. Uma escada isolada. Qualquer lugar onde ninguém passasse.
Abria o zíper devagar, como quem oferece um segredo proibido. A rola saltava pra fora: grossa, veias marcadas, a cabeça avermelhada e brilhando de tesão.
Imaginei ela dura, pesada, batendo na minha cara, pulsando na minha boca.
Eu me ajoelhava.
Sentia o chão gelado sob os joelhos, mas não me importava. O cheiro da pele dele me deixava zonza. A textura quente da rola entre os meus lábios me fazia esquecer o cansaço, o mundo, o relógio.
Chupar aquele pau virava missão.
Lambia devagar no começo, sentindo o gosto salgado misturado ao perfume amadeirado do sabonete. A ponta da língua passeando da base até a cabeça, provocando gemidos baixos que ele tentava controlar. Eu queria deixá-lo louco. Queria ouvir o suspiro abafado, a respiração pesada, o corpo se contorcendo sem conseguir evitar.
Enquanto isso, ele segurava meu cabelo com firmeza. Nada violento, só o suficiente pra mostrar que estava no controle. A rola entrava fundo, batendo na garganta, me fazendo engasgar. Minhas mãos seguravam suas coxas. O som molhado do boquete ecoava naquele canto silencioso. Cada estocada era um gemido meu por dentro. Eu sentia o prazer dele como se fosse meu.
E ele avisava:
— Tô quase gozando…
A rola pulsava forte. Eu apertava os lábios com mais força, queria sentir tudo. Ele gozava com a cabeça encostada na parede, gemendo rouco, como um grunhido grave. O jato quente de porra escorria na minha língua, e eu engolia tudo sem tirar os olhos dele. Era isso que me excitava: o poder que eu tinha de fazer um homem gozar daquele jeito, só com a boca.
E no fim… a gente nem se falava. Eu lambia os cantos da boca, me levantava, ajeitava o cabelo e ia embora. Como se nada tivesse acontecido.
Mas tudo isso foi só na minha cabeça.
Na vida real, ele desceu duas estações antes da minha. Nem me olhou. Nem soube que existo. Eu fiquei ali, me olhando no reflexo na janela do trem, com a calcinha molhada e o coração disparado.
Às vezes, a gente só precisa de uma rola pra salvar o dia.
Ou pelo menos pra render uma bela fantasia.
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